Brainstorming e Brainwriting: diferenças, vantagens e como aplicar cada técnica

Na hora de gerar ideias em equipe, muita gente pensa que basta reunir pessoas em uma sala e “deixar as ideias fluírem”. Só que, para ter resultados reais, é preciso método — e dois dos mais usados no mundo corporativo são o brainstorming e o brainwriting.

Ambos têm o mesmo objetivo: estimular a criatividade coletiva para resolver problemas, criar produtos, melhorar processos ou tomar decisões estratégicas. Mas a forma como cada um funciona muda bastante, e essa escolha pode impactar diretamente a qualidade e diversidade das ideias geradas.

O brainstorming foi criado por Alex Faickney Osborn em 1948, um publicitário americano que acreditava que as pessoas tinham ideias melhores quando não eram criticadas. Já o brainwriting surgiu na Alemanha nos anos 1960, como uma resposta à dificuldade de algumas pessoas em se expressar em voz alta — e é atribuído a Bernd Rohrbach, que criou o modelo chamado 6-3-5.

Neste artigo, você vai entender como funciona cada técnica, qual é mais indicada para cada situação e como aplicar as duas com eficácia na sua empresa ou equipe.

O que é Brainstorming?

Brainstorming é uma técnica de geração de ideias oral e coletiva, onde os participantes compartilham ideias em voz alta, sem julgamentos, com foco em quantidade e espontaneidade.

A regra principal é liberdade de expressão. Durante a sessão, todas as ideias são bem-vindas, mesmo as mais absurdas. Só depois vem a filtragem e análise.

Vantagens do Brainstorming:

  • Estimula a energia criativa do grupo
  • Gera conexões espontâneas e imprevisíveis
  • Fortalece o trabalho em equipe e a confiança
  • Cria um ambiente dinâmico e motivador

Desvantagens:

  • Pode inibir pessoas tímidas
  • Sofre com bloqueios de hierarquia
  • Gera dispersão sem moderação
  • Risco de “dominância” por quem fala mais

O que é Brainwriting?

Brainwriting é uma técnica em que as ideias são escritas em silêncio, individualmente, antes de serem discutidas. Pode ser feita com papel, post-its ou plataformas digitais.

Um dos modelos mais conhecidos é o 6-3-5: 6 pessoas escrevem 3 ideias em 5 minutos e depois passam suas folhas para o colega ao lado, que lê e complementa com mais ideias.

Isso reduz a pressão social e permite que todos participem igualmente, o que resulta em mais variedade e profundidade de sugestões.

Vantagens do Brainwriting:

  • Evita bloqueios por timidez ou medo de julgamento
  • Garante participação igual de todos
  • Gera maior volume de ideias em menos tempo
  • Favorece ideias mais originais e bem pensadas

Desvantagens:

  • Menos dinâmico e interativo
  • Exige mais tempo para análise posterior
  • Pode parecer “frio” para equipes que preferem verbalizar

Diferenças entre Brainstorming e Brainwriting

CritérioBrainstormingBrainwriting
EstiloOral e coletivoEscrita individual, depois coletiva
Criação das ideiasEm voz alta, ao vivoEm silêncio, por escrito
ParticipaçãoPode ser desigualÉ naturalmente equilibrada
CriatividadeEspontânea e energéticaProfunda e estruturada
Melhoria das ideiasFeita verbalmente em grupoFeita por leitura e complementação
Risco de bloqueioAlto (timidez, hierarquia)Baixo
Ferramentas necessáriasQuadro, post-its, facilitadorPapel, formulários, plataformas digitais

Quando usar cada técnica?

Use brainstorming quando:

  • O time já tem intimidade
  • Você precisa de energia, rapidez e conexão
  • A tarefa exige criação de slogans, campanhas, ideias visuais
  • A pressão por resultado rápido é menor

Use brainwriting quando:

  • O grupo é grande ou heterogêneo
  • Você quer evitar ruídos de hierarquia
  • As ideias exigem mais profundidade
  • Há pouco tempo para reuniões verbais
  • Precisa de maior volume e diversidade de ideias

Como aplicar cada técnica na prática

Brainstorming:

  1. Defina o problema ou pergunta
  2. Reúna de 4 a 10 pessoas
  3. Nomeie um facilitador neutro
  4. Estabeleça as regras (sem julgamento, quantidade > qualidade)
  5. Dê um tempo-limite (ex: 30 min)
  6. Registre todas as ideias sem filtro
  7. Agrupe e avalie depois

Brainwriting:

  1. Defina o tema ou desafio
  2. Entregue uma folha ou planilha com colunas para ideias
  3. Peça para cada pessoa escrever 3 ideias em 5 minutos
  4. Troquem as folhas (ou acessem ideias online)
  5. Repita o ciclo 2 a 3 vezes
  6. Colete, leia e analise os melhores insights

Brainstorming + Brainwriting: combinação poderosa

Você também pode usar as duas técnicas na mesma sessão:

  1. Comece com brainwriting (5–10 minutos)
  2. Depois, use as ideias como base para um brainstorming aberto
  3. Finalize com uma triagem ou votação

Essa combinação permite incluir todos, estimular a criatividade coletiva e gerar mais qualidade com menos ruído.

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FAQ – Perguntas Frequentes sobre Brainstorming e Brainwriting

1. Quem criou o brainstorming e o brainwriting?
O brainstorming foi criado por Alex Osborn em 1948. O brainwriting foi desenvolvido por Bernd Rohrbach na Alemanha, nos anos 1960.

2. Qual das duas técnicas gera mais ideias?
O brainwriting, por garantir participação igual e permitir tempo de reflexão.

3. Posso aplicar essas técnicas online?
Sim. Ferramentas como Miro, Jamboard, Trello e Google Docs funcionam bem para ambas.

4. Existe um número ideal de participantes?
Sim. Entre 4 e 10 pessoas é o ideal para manter foco e diversidade, sem perder controle.

5. Como saber qual ideia aplicar depois da sessão?
Use critérios como impacto, custo, tempo e viabilidade. Ferramentas como matriz GUT ou Curva ABC podem ajudar na priorização.

Conclusão

Tanto o brainstorming quanto o brainwriting são ferramentas valiosas para quem busca criatividade, inovação e soluções coletivas. A diferença está na forma como as ideias emergem: em voz alta e espontaneamente, ou em silêncio e com mais reflexão.

Saber escolher a técnica certa — ou combiná-las — pode transformar reuniões improdutivas em momentos de criação real. E mais: mostra que toda equipe tem potencial criativo, basta saber criar o ambiente certo para isso.

Sobre o Autor
Lucas Rocha em traje formal com um elegante terno azul, camisa branca e gravata marrom, transmitindo profissionalismo e autoridade

Lucas Rocha é administrador de empresas, pós-graduado pela FGV-Rio e fundador do Administração Explicada. Com vasta experiência em processos e gestão de pessoas, dedica-se a ajudar pequenos negócios com consultorias e soluções de gestão.

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